Presidente Prudente, SP – Reunião ocorrida na tarde desta terça-feira na Delegacia Regional do Trabalho de Presidente Prudente (DRT-PP) discutiu as condições de trabalho verificadas junto aos trabalhadores rurais do setor de corte de cana pertencentes à usina de açúcar e álcool Alvorada do Oeste, de Santo Anastácio, região do Pontal do Paranapanema.
O encontro foi mediado pelo Sub-Delegado do Trabalho, Márcio Antonio Scudeller, que procurou, ouvindo os trabalhadores, usineiros e sindicato, saber de todos os assuntos relacionados às manifestações realizadas na indústria, ocorridas na semana passada.
Na ocasião, os cortadores de cana reivindicavam o cumprimento por parte da usina, das obrigações trabalhistas, sendo elas: cesta básica (em atraso de dois meses); divulgação diária do preço da tonelada da cana cortada; adaptação do tamanho do compasso para medição da cana; e do adiantamento de salário (conhecido por “vale”).
A mobilização teve seu ápice na sexta-feira, quando os trabalhadores deflagraram greve. Cortadores de cana e sindicato fizeram protestos na frente da indústria. A Tropa de Choque do 42º Batalhão da Polícia Militar do Estado de São Paulo chegou a comparecer no local, mas não houve nenhuma ação, dado o ato pacífico dos manifestantes.
Com o retorno ao trabalho na segunda-feira (30/07) a usina Alvorada do Oeste demitiu sumariamente pelo menos 80 cortadores de cana.
Para o sindicalista Rubens Germano, diretor da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp/CUT), presente na mesa redonda, a iniciativa da DRT-PP em propiciar a mesa redonda de discussão, reafirma as ações do sindicato na busca da manutenção dos direitos dos trabalhadores.
“Debates dessa natureza reafirmam nossos trabalhos, onde apontamos todas as mazelas que ocorrem no setor sucro-alcooleiro. Na busca dos lucros incessantes, o setor esquece no geral da matéria-prima principal para que tudo isso aconteça, ou seja, o trabalhador rural. Décadas de lutas resultaram em conquistas de direitos que não raro são simplesmente esquecidos de serem cumpridos pelas usinas”.
Ainda para Germano, o encontro teve avaliação positiva. “Conseguimos o que basicamente queríamos, ou seja, o comprometimento da empresa, assinado em ata, de que irá tomar providências para regularizar os problemas pendentes”, disse, e segue: “No entanto, nós estaremos em cima de cada fato, mantendo contato direto com os trabalhadores, para saber se realmente as promessas estarão sendo devidamente cumpridas”.
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